O coquetel de apresentação da categoria Super Kart Brasil tinha de tudo para ser a inesquecível cerimônia do que propõe ser “A nova geração do kartismo nacional”. O espaço cedido pelo empresário Denis Guerin, um luxuoso dining club localizado em uma das mais movimentadas avenidas de São Paulo e a presença de pilotos de renome internacional, como o ex-piloto de Fórmula 1 Nelsinho Piquet, garantia a credibilidade do evento. Porém o glamour e impacto jornalístico que se esperava do evento foi amortecido pela apresentação informativamente pobre que sucedeu.

Sete dos considerados maiores pilotos da atualidade foram levados até um palco para falar sobre a categoria. O que era esperado? Um pouco da história de como surgiu a categoria, quem são cada um dos sete “cabeças” por trás do SKB – quem não é especificamente do meio pouco sabe sobre eles -, porque estes são considerados os pilotos certos para “mudar a história do kart”, quais são as “vantagens” do SKB, quais são os diferenciais em relação ao demais campeonatos, quem são os principais patrocinadores e, em suma, tudo aquilo que é de grande importância para uma apresentação.

Mas, não foi isso o que pensaram os organizadores do evento, certamente muito mais afeitos ao volante e pedais, do que aos microfones e às atribuições da atividade de new-cartolas do karting em que estão se aventurando. Como organizadores, resta claro que ainda são apenas meros rookies e com um longo caminho de aprendizado pela frente.

Afinal, tão rápida quantos as inúmeras poles conquistadas por Danilo Dirani, Sergio Jimenez ou André Nicastro foi também a apresentação da categoria, realizada em cerca de 10 ou 15 minutos e repetindo exatamente e exaustivamente a mesma frase clichê de que “o SKB veio para mudar a historia do kartismo nacional”. Depois disso, fim.

Foi necessário que desligassem as luzes do palco para que os espectadores pudessem entender que era o fim da apresentação...

Mas para não sermos injustos vamos lá aos discursos. Após um emocionado discurso virtual de Emerson Fittipaldi – que não pode estar presente no evento porque estava nos EUA -, falando sobre a criação da Kart Mini, que foi comprada dele em 1967 pelo Sr. Mario de Carvalho e todo o trabalho que existiu para alavancar a modalidade, o heptacampeão brasileiro de kart, Paulo Carcasci, chamou ao palco os pilotos Sérgio Jimenez, André Nicastro, Ruben Carrapatoso, Renato Russo e Dennis Dirani para falar sobre a categoria.

Jimenez foi o primeiro a falar e disse que “(...) em prol do kartismo nacional estaria deixando as diferenças de lado para unir-se com outros campeões”. Após ele o Campeão Mundial de Kart Carrapatoso revelou que já estão confirmadas provas do SKB na nova pista de Registro, Itu e Belo Horizonte e que espera ter tantos pilotos como na prova de Interlagos no próximo final de semana, para qual mais de 100 pilotos já se inscreveram. 

O irmãos Danilo e Dennis Dirani mantiveram o mesmo discurso, elogiando a criação da categoria e agradecendo o apoio de todos. Renato Russo, por sua vez, lembrou que a categoria não pretende apenas criar uma nova geração de pilotos,mas também, valorizar aqueles que já estão na modalidade como os pilotos Senior. Por derradeiro, André Nicastro finalizou o discurso citando o nome de diversas fábricas de chassis, agradecendo o patrocínio e pronto. Acabou a apresentação!

Para aqueles que foram pensando apenas em uma “festinha particular”, para relembrar os velhos amigos da modalidade e ter uma balada garantida dançar, o evento veio a calhar. Mas para a imprensa especializada, preocupada em receber subsídios para a correta cobertura do evento e em obter mais informações sobre o recém criado certame, foi uma verdadeira decepção.

Nada extremamente grave, já que cada um dos sete pilotos-campeões-organizadores sempre foi solicito com a imprensa e em conversas informais se pode ir “cavando” as informações necessárias que se impunham ter sido fornecidas na “coletiva” mal ensaiada.

De qualquer forma esperamos (e torcemos) para que o SBK não siga os moldes da festa, ou seja, convidar meia dúzia de piloto famoso com o objetivo de “criar um impacto” e, no final ver todo mundo sair dançando.


Laís Reis