Piloto falou das dificuldades na conquista de seu primeiro título na categoria Graduados

O paulista Victor Franzoni (Birel/ KTT Jimenez/ Megstar/ Equal/ Aquiles Line Up/ Salone/ KartPress) foi o campeão do GP Brasil de Kart RBC, disputado no último final de semana, em Vespasiano (MG). Franzoni, de 14 anos, garantiu o título da categoria Graduados, que é a principal categoria do kartismo nacional.

Confira a entrevista do piloto:

1 – Na quinta-feira (11), você estava muito desconfortável com seus tempos. Você teve dificuldades nos treinos?

Victor Franzoni: A pista do RBC Racing é muito nova. Esta é a primeira competição nacional sediada no circuito. Com isso, a pista não tinha muita borracha e eu, realmente, senti um pouco de dificuldade nos treinos. Estou acostumado a treinar e pilotar em pistas com muita borracha, com muitos karts andando todo o tempo. Na pista sem borracha, tudo muda.

2 – Você foi melhorando gradativamente. Mas, chegou a pensar que seria impossível conquistar o título?

VF: Sinceramente, sabia que as coisas não estavam fáceis. Mesmo assim, sabíamos que teríamos tempo para melhorar. Foi o que aconteceu. Nunca perdi a motivação, pelo contrário, sempre estive muito motivado em vencer o campeonato.

3 – No Warm-up, antes da corrida final, você era o mais rápido até a última volta. O que vocês fizeram para melhorar tanto e chegar nos tempos do carioca André Nicastro, que até então vinha dominando a competição?

VF: Durante a semana, nós testamos todas as configurações possíveis para o Kart. No último dia, passamos um carburador muito bom e isso nos colocou mais para a frente. Mesmo assim, conseguimos apenas chegar perto do Nicastro e, com isso, eu sabia que teria condições de brigar pelo título.

4 – Na corrida, sua ultrapassagem em cima do Nicastro na primeira volta foi decisiva, não foi?

VF: Olha, eu acabei de chegar na Graduados. O ritmo de corrida é outro e eu sabia que se não tentasse ultrapassá-lo na primeira volta ele iria escapar. Ele é um ótimo piloto, talvez um dos melhores do mundo no kart. É muito difícil acompanhá-lo. Tudo deu certo.

5 – Depois disso, você teve uma disputa intensa com o Nicastro. Como foi?

VF: Ele é muito experiente, muito mesmo. É muito difícil saber o que ele está pensando em fazer na pista. O que fiz foi tentar ser o mais rápido possível, não errar e defender minha posição. Disputamos muito, mas depois consegui abrir. No final, foi complicado, pois ele chegou bastante.

6 – Você cansou?

VF: Eu estava morto (risos). O ritmo da Graduados é outro. E não é todo dia que você tem um cara como o Nicastro tentando te ultrapassar. No final, eu tentei dar o máximo para ele não chegar, mas chegou próximo.

7 – Qual a sensação de vencer um campeonato como esse? Mesmo com 14 anos, você é um multi-campeão, que tem um histórico de respeito dentro das pistas. Isso deixa as coisas mais fáceis?

VF: De maneira nenhuma. É claro que todos os títulos conquistados são muito importantes, mas a Graduados é diferente. É muito diferente. Foi meu primeiro título como Graduado e é o mesmo do que ter vencido o primeiro. Foi incrível.

8 – Você é considerado um dos melhores pilotos da nova geração do Brasil. Prova disso é a quantidade de títulos e a maneira com que você trabalha e vence todos eles. Neste ano você já conquistou a vaga para a final da Seletiva Petrobras e o título do GP Brasil. Tem mais esse ano?

VF: Sempre buscamos o melhor. Trabalhamos muito todo o tempo. Treino praticamente todos os dias para poder chegar em um bom ritmo nas corridas. É claro que ganhar tudo é sempre bom, mas nem sempre é possível. Prefiro falar que faremos de tudo para obtermos os melhores resultados neste ano. A final da Seletiva Petrobras será fundamental. Essa sim eu quero muito ganhar, pelo prêmio de R$ 100 mil.

9 – Um prêmio como o da Seletiva Petrobras, o ajudará na carreira certamente. Porém, quais serão seus próximos passos?

VF: Eu quero continuar correndo de kart por mais um tempo. Tudo depende das oportunidades que irão aparecer. Eu sonho em disputar corridas de kart na Europa. Tive um primeiro contato com o kartismo internacional ano passado, na Malásia. Fui o segundo colocado por lá. Penso que tudo tem sua hora, seu tempo. Estou muito motivado e feliz com o momento.

10 – E os agradecimentos? Sabemos que muita gente te apóia sempre.

VF: Eu sempre agradeço a todos aqueles que me apóiam. Aos meus patrocinadores, fornecedores, que sempre me dão uma ajuda. Sempre serei muito grato por tudo. Agora, principalmente agradeço meus pais, que sempre me ajudam. Certamente, a minha principal motivação em correr e vencer corridas está relacionado a eles.

Victor Franzoni já acumulou vários títulos regionais e nacionais. O paulista é tricampeão da Copa Brasil, Campeão Brasileiro e, agora, Bi-Campeão do GP Brasil de kart.

José Barone